Alemanha não "dará um cêntimo" à Grécia
Horas antes do encontro entre a chanceler Angela Merkel e o primeiro ministro grego, em Berlim, o ministro da economia alemão já veio dizer que a Alemanha não vai dar dinheiro à Grécia.
O ministro da economia alemão, Rainer Bruderle, afirmou hoje que a Alemanha "não dará um cêntimo" à Grécia, que está a braços com graves problemas orçamentais.
O primeiro-ministro grego Papandreau já disse que não quer dinheiro dos parceiros europeus mas que precisa "do apoio da União Europeia e dos seus parceiros para podermos contrair empréstimos nos mercados, em condições melhores", declarou Papandreu ao diário alemão ‘Frankfurter Allgemeine Zeitung'.
"Se não recebermos essa ajuda, não poderemos pôr em pratica as mudanças desejadas", acrescentou.
Segundo o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, a Grécia não precisa, para já, do apoio financeiro dos países europeus, mas essa é uma hipótese que não se pode descartar. Juncker refere também que a Grécia "vai ter ainda de pagar durante muito tempo taxas de juro Elevadas" para se refinanciar nos mercados, e que isso só terminará quando "os mercados financeiros tiverem visto que pode ser activada uma solidariedade europeia", e quando as "condições de crédito da Grécia forem mais moderadas", disse Juncker à rádio alemã Deutschlandfunk.
Segundo o presidente do Eurogrupo, "os mercados ainda não assimilaram esta dimensão", acrescentou.
Papandreu apela à ajuda dos estados-membros e diz que não quer ser "o Lehman Brothers da União Europeia". O encontro de hoje com Angela Merkel é apenas para manter "as boas relações entre a Grécia e a Alemanha", segundo o governo alemão, mas os mercados financeiros estão atentos à reunião.
O chefe de governo da Grécia sublinha, porém, em defesa do seu país que "não pedimos aos contribuintes alemães (...) que paguem as nossas férias e reformas, afirmar isso seria injusto".
Diário Económico com Lusa