Cavaco Silva
“Não é o TGV que determina posição de Portugal no mundo”
O presidente da República considerou hoje que a alta velocidade ferroviária pode ter "algum efeito" mas não é determinante para definir a posição de Portugal no mundo, marcada por uma "nova centralidade".
O presidente da República considerou hoje que a alta velocidade ferroviária pode ter “algum efeito” mas não é determinante para definir a posição de Portugal no mundo, marcada por uma “nova centralidade”. “Somos uma porta para África, para a América Latina, para a América do Norte. Estamos no centro do mundo global. Chegar mais cedo a Barcelona ou Madrid pode ter algum efeito mas esta é uma questão da geografia no mundo global, não algo que seja determinado por mais ou menos velocidade na chegada a um ponto europeu”, afirmou Cavaco Silva.
O chefe de Estado falava em Andorra onde foi questionado por jornalistas sobre declarações que fez à imprensa espanhola - em que rejeitou que Portugal fosse um país periférico - e se o TGV poderá ajudar a aproximar ainda mais o país da Europa.
“O conceito de periferia alterou-se com a globalização das economias, das sociedades. E Portugal tem hoje a sua centralidade, que não é menos importante que a centralidade de outros países da UE”, disse.
Para Cavaco Silva “não menos importantes” que o TGV “são as ligações marítimas que podemos e devemos estabelecer com Angola, com Moçambique, com o Brasil, com a América do Norte”.
“Isso é que mostra bem a nossa centralidade. Se olharmos apenas para a Europa, podemos ver-nos como periféricos. Se olharmos para África, para toda a América latina, para os Estados Unidos, vamos ver-nos como um centro”, afirmou.
“É essa a nossa posição, precisamos de conquistar mercados nessa nova centralidade, em relação à qual nós nos posicionamos”, considerou.