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Medo de mais cortes aumentou adesão à greve

 

Sindicatos satisfeitos com "adesão de 80%" contrariam  os 13% do Governo, que exclui as autarquias. Escolas, repartições de finanças e serviços de recolha do lixo foram sectores mais afectados.

 

 

A greve dos funcionários públicos voltou ontem a paralisar escolas, centros de saúde, repartições de finanças, consulados, serviços municipalizados e a segurança social apesar do Governo falar de uma adesão de apenas 13%, em contraponto às estimativas de 80% dos sindicatos. Um abismo que o secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho, não explicou cabalmente, dizendo que aquela percentagem corresponde aos "dados carregados por cada um dos serviços" da administração central, correspondendo a um total de 54 mil trabalhadores. A greve estendeu-se às autarquias, onde teve, aliás, grande expressão.

 


A última vez em que todas as correntes sindicais se uniram numa contestação massiva foi em 2007 e, curiosamente, "com o mesmo nível de adesão", disse ao DN o presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado. Apesar de todas as estruturas sindicais terem manifestado "congratulação", com os níveis de adesão "acima dos 300 mil funcionários"- superando mesmo as expectativas, como nos serviços de finanças -, o Governo reafirmou que não vai recuar no congelamento dos salários em 2010. As finanças invocam argumentos de peso como a necessidade de reduzir o défice dos 9,3% do PIB para os 3% já em 2013 para credibilizar o País junto dos mercados internacionais. O Governo já estimou que as novas alterações que pretende introduzir nas pensões permitirão poupar 28 milhões de euros já este ano e 300 milhões de euros até 2013.

 

Para além das razões conhecidas por detrás da greve - congelamento salarial, corte nas pensões e bloqueio nas carreiras -, paira sobre este protesto o temor de que o congelamento salarial perdure pelo menos até 2013, como uma medida do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que o Governo apresenta amanhã no pacote de austeridade. "Não tenho dúvidas de que, na hipótese optimista, haverá congelamento dos salários reais, senão nominais, até 2013", disse ao DN o economista Octávio Teixeira, para quem o problema está mais na quebra de receitas do que na despesa

A paralisação ocorreu com acusações dos sindicatos, desmentidas, de que escolas tinham substituído ilegalmente trabalhadores em greve, e um incidente registado com a PSP num piquete de greve junto ao Hospital de São José.

 

Carla Aguiar

Diário de Notícias

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