Sócrates desvaloriza notícias sobre ajuda externa
O primeiro-ministro, José Sócrates, assegurou hoje que Portugal vai cumprir o objectivo orçamental de 2010, com melhores resultados do lado da receita e da despesa, considerando este o "mais poderoso" sinal de confiança para os mercados.
À saída de uma reunião com empresários para dinamizar o sector das exportações num hotel do Estoril, o primeiro-ministro comentava assim notícias veiculadas pela imprensa espanhola que referem a inevitabilidade de Portugal recorrer a ajuda financeira internacional.
Sócrates reiterou ainda que Portugal "está a fazer aquilo que deve e vai manter-se assim".
O jornal espanhol Expansion citava na sexta-feira uma análise da agência Reuters, que sondou 51 analistas do mercado, dos quais 44 dão como certo o resgate financeiro a Portugal.
O El Mundo, citando agências, também se referiu à "incerteza sobre a capacidade de Portugal evitar o resgate” financeiro.
“As dúvidas sobre Portugal disparam a pressão contra a dívida espanhola”, escreve o El Pais, outro dos jornais que deu atenção ao tema na sua edição online.
Os juros da dívida soberana portuguesa a dez anos estiveram na sexta-feira a bater máximos históricos, negociando acima dos 7 por cento, o maior valor registado desde a adesão de Portugal à Zona Euro.
A barreira psicológica dos sete por cento foi invocada pelo ministro das Finanças a 09 de Outubro, em entrevista ao semanário Expresso. Na altura, Teixeira dos Santos admitiu que caso os juros ultrapassassem o limite de sete por cento Portugal entraria "num terreno” em que "essa alternativa [de recorrer ao Fundo Monetário Internacional]" começaria a colocar-se.
in Jornal de Negócios online