Início Nuno Reis Reflexões

Não são os mercados, essas desculpas convenientes para tudo, que estão errados. Pelo contrário, não fora dar-se o caso dos investidores deixarem de acreditar na nossa capacidade em pagar dívidas e o Governo Socialista continuaria impune e cego no seu rumo de empobrecimento de Portugal.

É pois necessário fazer valer o nosso património de coerência e identificar os culpados do que se vai passar. O PS governa o país ininterruptamente há quase seis anos, quatro e meio dos quais com maioria absoluta.

 

O Orçamento de Estado para 2011 não seria nunca da dureza de que este se reveste, se não se tivesse feito ouvidos moucos às propostas do PSD, pelo menos dos últimos dois anos e meio. Se o país é colocado perante um futuro tão negro é porque não tem sido gerido correctamente. O nosso algoz tem um rosto e um nome: Sócrates.

 

Passemos agora ao Presente.

Após os últimos indicadores de opinião, o PSD não deve correr o risco de embandeirar em arco e acreditar que a via para o poder é uma estrada, à antiga socialista, sem custos para o utilizador.

É tempo de em Portugal haver um Governo que faça aquilo que tem de ser feito. Nomeadamente, as reformas fundamentais que nunca passaram de epítetos esquisitos (Prace, Simplex, Simplegis…) e continuam adiadas e sem as quais Portugal está condenado a ser um país cada vez mais pobre e periférico.

 

Ter pressa em chegar ao poder é meio caminho andado para se fazer igual ao Partido Socialista. E para fazer igual de mau não vale a pena construir um projecto político.

A pressa é inimiga da perfeição. Não embandeirar em arco, ter paciência “de chinês”, fazer um trabalho de casa consistente em todos os sectores de governação, é aquilo que se deve pedir à liderança do Partido Social Democrata. O PSD tem de estar preparado para, quando chegar ao Governo, Governar efectivamente o País.

 

Uma última nota relativamente ao futuro.

Afigura-se como muito pouco provável que o Governo consiga cumprir as metas a que se propõe em termos de consolidação orçamental em 2011. Para começar, mesmo com dois PECs e receitas extraordinárias, vamos chegar ao final de 2010 com um défice descontrolado e que neste momento ninguém (provavelmente nem mesmo o Ministro das Finanças…) conseguirá determinar com exactidão. Ainda alguém se lembra do objectivo de reduzir o défice já este ano em 2 por cento do PIB ?

 

Se estes (maus) governantes não têm conseguido controlar o crescimento da despesa pública até agora, nada nos faz pensar que o venham a fazer no futuro. E o que muito provavelmente acontecerá para o ano é que mais uma vez “alguém” nos tentará convencer que o Mundo mudou em 15 dias e que por isso mais sacrifícios serão necessários. E isso é mortal para a alma de um País.

 

O estudo do FMI divulgado na passada semana e que, quanto ao crescimento económico, nos coloca no antepenúltimo lugar entre 180 países tem de ter consequências. Não podemos deixar que nos condenem a esta má fortuna de viver de crise em crise, de medidas excepcionais em medidas excepcionais, até à bancarrota. Portugal não pode voltar a dar-se ao desperdício de estagnar economicamente durante uma década.

 

E é isso que se pede ao PSD. Que tenha como prioridade do seu programa político o crescimento económico. Que mostre às novas gerações que há um caminho diferente e que não nos condena a ficar eternamente a pagar as contas que outros, inconsequentes e inimputáveis, nos deixaram. Que dê um Desígnio a Portugal.

 

O poder pelo poder de nada serve num país pobre e hipotecado. Pedir responsabilidades a quem as tem, lembrar o património de coerência e responsabilidade do Partido, construir com paciência um Projecto político corajoso e ambicioso.

 

Dar Esperança a um País que a perdeu. É isso que se pede ao PSD.

 

Nuno Reis

02/11/10

- também publicado no blogue "Câmara de Comuns" -

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