Défices acima dos calculados pelo Governo
O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu a sua estimativa para o défice orçamental para 9,4% em 2009, na primeira notificação do ano no âmbito do procedimento dos défices excessivos para o Eurostat. As previsões incluídas no reporte do INE apontam para um défice de 9,4% - contra os 9,3% calculados pelo Governo - e uma dívida pública bruta das administrações públicas de 76,8%.
Dos 15.425,6 milhões de euros que decorrem das necessidades líquidas de financiamento, 14.584,5 milhões dizem respeito à administração central, mais 8.939 milhões de euros do que o registado em 2008 (números finais). Quanto à dívida bruta das administrações públicas (consolidada) o valor terá aumentado de 110.376 milhões de euros (66,3%) em 2008 para 125.909 milhões de euros em 2009 (76,8%), sendo que os números relativos a 2009 são ainda provisórios.
Face à última notificação, em Setembro de 2009, o INE explica que foi revisto em alta em cerca de 248,5 milhões de euros a necessidade de financiamento das administrações públicas de 2008, correspondente a 0,15 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, o défice orçamental estimado para 2008 já não é de 2,6%, como inicialmente apontado pelo Governo, nem de 2,7%, valor para o qual tinha sido, entretanto, revistos. O valor final é agora de 2,8% do PIB.
O empresário Alexandre Soares dos Santos declarou, hoje, em entrevista à SIC Notícias não acreditar que o primeiro-ministro José Sócrates não soubesse do negócio de compra da TVI pela PT e foi peremptório ao declarar que ninguém está a dizer a verdade na Comissão de Ética.
Cavaco Silva
Alemanha não "dará um cêntimo" à Grécia Horas antes do encontro entre a chanceler Angela Merkel e o primeiro ministro grego, em Berlim, o ministro da economia alemão já veio dizer que a Alemanha não vai dar dinheiro à Grécia.
O ministro da economia alemão, Rainer Bruderle, afirmou hoje que a Alemanha "não dará um cêntimo" à Grécia, que está a braços com graves problemas orçamentais. O primeiro-ministro grego Papandreau já disse que não quer dinheiro dos parceiros europeus mas que precisa "do apoio da União Europeia e dos seus parceiros para podermos contrair empréstimos nos mercados, em condições melhores", declarou Papandreu ao diário alemão ‘Frankfurter Allgemeine Zeitung'. "Se não recebermos essa ajuda, não poderemos pôr em pratica as mudanças desejadas", acrescentou.
Segundo o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, a Grécia não precisa, para já, do apoio financeiro dos países europeus, mas essa é uma hipótese que não se pode descartar. Juncker refere também que a Grécia "vai ter ainda de pagar durante muito tempo taxas de juro Elevadas" para se refinanciar nos mercados, e que isso só terminará quando "os mercados financeiros tiverem visto que pode ser activada uma solidariedade europeia", e quando as "condições de crédito da Grécia forem mais moderadas", disse Juncker à rádio alemã Deutschlandfunk. Segundo o presidente do Eurogrupo, "os mercados ainda não assimilaram esta dimensão", acrescentou.
Medo de mais cortes aumentou adesão à greve
Sindicatos satisfeitos com "adesão de 80%" contrariam os 13% do Governo, que exclui as autarquias. Escolas, repartições de finanças e serviços de recolha do lixo foram sectores mais afectados.
A greve dos funcionários públicos voltou ontem a paralisar escolas, centros de saúde, repartições de finanças, consulados, serviços municipalizados e a segurança social apesar do Governo falar de uma adesão de apenas 13%, em contraponto às estimativas de 80% dos sindicatos. Um abismo que o secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho, não explicou cabalmente, dizendo que aquela percentagem corresponde aos "dados carregados por cada um dos serviços" da administração central, correspondendo a um total de 54 mil trabalhadores. A greve estendeu-se às autarquias, onde teve, aliás, grande expressão.
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